Lenda do frade e os índios

Os descendentes de D Escolástica Martins da Cruz, a quem pertencia o engenho
de S. Romão da Serra Acima, atestavam por ouvir dizer, o caso da queixa desta senhora ao santo padre.
– Ilumine-me, frei Macerata, para que se faça algo, a fim de afastar de vez as investidas perniciosas dos índios, nos domínios do meu sítio. – Nos últimos tempos não nos dão tréguas para o trabalho de roça e de engenho.
Hordas de bugres infestavam freqüentemente a propriedade, chegando ao abuso
de se aproximarem da Casa Grande, vindo até o terreiro da frente.
– Além do mais, causam pânico aos meus camaradas, pois eles vêem armados de
arco e tacape.
Frei José limitou-se a um olhar, circundando o horizonte, estendeu as mãos pelos pontos cardeais, limitando o assédio dos selvagens, num gesto de quem benzia e ao mesmo tempo demarcava uma área da fazenda.
Ao terminar, disse à Dona Escolástica: – De hoje em diante, eles não ultrapassarão as cercas de sua propriedade. Assim se sucedeu.

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